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São Vicente / SP , 26 de abril de 2024.
Quanto mais pessoas divulgarem, outras salvarem e também divulgarem, mais as imagens e acontecimentos históricos serão preservados. Aqui, minha contribuição e das fontes colaboradoras para que isso aconteça. – Jorge S. Filho
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08/01/2017
História de São Vicente
DIOGO JÁCOME - Um Jesuíta precursor vicentino
Diogo Jácome, português, foi recebido na Companhia de Jesus em 1548. Essa Ordem dos Jesuítas nasceu em 1539. Seu fundador, Santo Ignácio de Loyola, antes de padre, foi soldado, por isso organizou-a com características militares. O próprio nome, como que é conhecido, Companhia de Jesus, a define como um grupo de combate, pronto a servir onde sua presença fosse solicitada, com sua ação missionária em favor da Igreja. Sua obediência à hierarquia da Igreja Romana mantida cegamente.
Irmão Diogo Jácome chegou à Bahia a 29 de março de 1549 com Thomé de Souza e com os primeiros jesuítas, sob a chefia do grande padre Manuel da Nóbrega e, mais os padres Leonardo Nunes, João de Aspilcueta Navarro e Antônio Pires, além do Irmão Vicente Rodrigues. Imediatamente Diogo Jácome e o Padre Leonardo Nunes são enviados às aldeias de Ilhéus e Porto Seguro, em missão de catequese. Foi assim um dos primeiros catequistas do Brasil. No princípio de 1530, o Irmão Diogo Jácome já estava em São Vicente, auxiliando com grande zelo o Padre Leonardo Nunes. Em 20 de junho de 1551, ele escrevia daqui de São Vicente, aos Padres e Irmãos do Colégio de Coimbra, Portugal. Desta carta relatório transcrito respeitando o estilo e a grafia da época, o seguinte trecho “... Quanto aos demais de que vos desejo fazer sabedores para louvor de Nosso Senhor, há da nossa igreja, que já está a cerque acabada, e da primeira missa que nela disse, que foi dia da mesma vocação que foi dia de Jesus, a qual foi com toda a muziqua de canto d’orguão e frautas. (o Padre Leonardo Nunes que chegara à São Vicente antes do Irmão Diogo Jácome era música e regente. Foi também o primeiro apóstolo da Eucaristia na Capitania de São Vicente) como se lá poderá fazer. A igreja é muito bem feita e composta, com sua casa e pomar, com sua orta e laranjais, sidreiras e limoeiros e parreiras, que já darão aqui uma vez huvas. Assi que o que falta é o que o Padre (Leonardo Nunes) mandou pedir, que são novos ornamentos que perla a igreja hà mister, ao Pe. Mestre Simão”.
A primeira missa que se refere Diogo Jácome foi a 1º de janeiro de 1551. Por isso, a Igreja passou a chamar-se “Igreja de Jesus”. A igreja foi mais tarde incendiada por Cavendish, mas é possível, disse o historiador e arquiteto Lucio Costa em parecer  citado  por  Serafim Leite, S. I. em obra “Histórica da Cia. De Jesus no Brasil”, que o arcabouço tenha resistido ao incêndio e seja ainda o da atual Matriz de São Vicente. Aqui, em São Vicente, como mais tarde em São Paulo de Piratininga, de que foi co-fundador, e no Rio de Janeiro, trabalhou de carpinteiro, na construção de casas e igrejas. Logo após ordenado Padre, em 1562, partiu com o Padre Manuel da Nóbrega para a aldeia do Espírito Santo. Depois de residir, em 1563, em Ilhéus, voltou no ano seguinte ao Espírito Santo com o Padre Manuel Paiva e teve a ser cargo a aldeia de Nossa Senhora da Conceição. Socorreu os índios durante a peste de bexiga que dizimou os moradores da Capitania. Ele e o Irmão Pero Gonçalves, que morreu contaminado, eram “os sangradores, os cirurgiões, os médicos e juntamente os párocos e recoveiros”. Adoecendo de febre quartã, Pedro Diogo Jácome foi chamado à Vitória, onde passou alguns meses, tornando à aldeia de N.S. da Conceição, apesar de não restabelecido, “por ordem da obediência”. Agravando-se o seu estado, veio de novo para Vitória, onde faleceu, na semana de Lázaro, em 10 de abril de 1565, uma terça-feira à noite, sendo sepultado na Igreja de São Tiago.

Syrio Simão – Boletim IHGSV.

Diogo Jácome
Nascido em Portugal e falecido em 10/4/1565, no Espírito Santo.

Irmão leigo e depois padre jesuíta, Diogo Jácome entrou para a Companhia de Jesus em 12/11/1548, sendo coadjutor espiritual quando veio para o Brasil com o padre Manoel de Nóbrega em 1549, na comitiva do governador-geral Tomé de Souza, em companhia de mais quatro religiosos. Estudante aprendeu a língua tupi. Ainda nesse ano é enviado para Ilhéus e Porto Seguro, com o padre Leonardo Nunes, sendo o seu primeiro companheiro na catequese dos indígenas. Veio para São Vicente, subindo com este a serra. Participou, em 25/1/1554, da fundação do Colégio de São Paulo de Piratininga. Aprendeu a arte de torneiro, tornou-se mestre. Fazia coroas e rosários de madeira, com o auxilio de um torno de pé, por ele mesmo fabricado. Introduziu o serviço de obras manuais entre os companheiros religiosos e entre os habitantes onde servia; era também pedreiro e sapateiro.

Acompanhou o padre Leonardo Nunes em viagem missionária para Ilhéus e Porto Seguro, retornando a capitania de São Vicente em 1557. Foi ordenado padre na Bahia em 1562. No ano seguinte, residiu em Ilhéus. No ano de 1564, acompanhou o padre Manoel de Paiva, nomeado Superior dos Jesuítas no Espírito Santo, sendo designado substituto do padre Fabiano de Lucena, que se encontrava enfermo, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, de Serra, incumbindo-se também de visitar as aldeias, próximas, inclusive a Aldeia Velha (Santa Cruz), assumindo o trabalho de catequese e evangelização. Nesse mesmo ano surge uma epidemia de varíola (então chamada de doença das bexigas), que quase devastou a Capitania; exerceu as funções de sangrador, cirurgião, médico, pároco e de coveiro.

Com o padre Pedro Gonçalves (este faleceria em novembro de 1564), cuidou das vítimas, e por segurança transferiram a aldeia de local. Consumido pelo exaustivo trabalho, faleceu na Casa Colegial do Espírito Santo, vítima de impaludismo.

Escreveu a Carta do Brasil em 1551, em que trata dos costumes dos índios, e trabalhos dos padres da Companhia na conversão; o manuscrito foi dado à casa da professa de São Roque; e uma versão italiana desta Carta foi publicada em Veneza, no ano de 1559.
http://www.al.sp.gov.br/geral/noticia/noticia.jsp?id=354963




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